Teorias da comunicação

Two-step flow of communication (1944)

Também chamada de Teoria dos Fluxos de Comunicação em dois tempos, a teoria divulgada por Paul Lazarsfeld e os pesquisadores Bernard Berelson e Hazel Gaudet se consolidou com uma pesquisa feita no estado de Ohio, USA, sobre a decisão de votos dos eleitores. Crentes de que a comunicação de massa era a principal responsável por influenciar nos votos da população, os pesquisadores se surpreenderam quando se depararam com os resultados das pesquisas: a maioria das pessoas influenciava-se mais pelo contato direto com os políticos e líderes de massa do que com os meios. Os então chamados líderes de opinião faziam a ligação entre a mensagem que os meios passavam para o eleitor, por isso a comunicação em duas etapas. Com essa descoberta os pesquisadores derrubaram a Teoria da Bala Mágica, que defendia uma influência direta e imediata dos meios nos receptores:

“Os investigadores perceberam que uma mensagem em favor de um candidato difundida pela rádio ou pela imprensa não terá como resposta necessária a plena adesão a esse candidato. Muitas vezes a resposta é até negativa (...). A mais importante conclusão foi a de que (...) na formação da opinião, há influências mais poderosas do que a comunicação de massas”

Os pesquisadores perceberam que os meios agem numa “massa” mais complexa, uma rede com relações sociais específicas. Lazarsfeld, anos depois, acrescentou que os líderes de opinião talvez não fossem os únicos “steps” mas que eles próprios também tivessem antes da influência dos meios de comunicação outros líderes de opinião, e acrescenta então a expressão “multi-step”. A partir dos estudos de Lazarsfeld a mentalidade dos pesquisadores começou a mudar. De uma massa isolada a sociedade passou a ser vista mais criticamente. Em seu artigo “Aspectos da pesquisa Norte-Americana em comunicação”, a mestranda Tâmara de Souza Brandão Guaraldo ressalta que:

“Wolf (Mauro) conta que enquanto a Teoria das Balas Mágicas