Teoria do conhecimento
1.1 A concepção tradicional do conhecimento
A forma mais geral por meio da qual podemos formular o problema do conhecimento seria nos perguntarmos se nossas opiniões
(ou crenças) são verdadeiras e que bases teríamos para considerálas assim. Resolver o problema do conhecimento, formulado nestes termos, tem sido o objetivo das diversas teorias do conhecimento desde a época dos pensadores modernos. Entre eles, destacam-se
Descartes e os racionalistas continentais europeus; Locke e outros empiristas britânicos; e, especialmente, Kant, que é considerado o filósofo moderno mais importante para a teoria do conhecimento ou epistemologia, enquanto uma disciplina filosófica.
Este mesmo problema do conhecimento – que pressupõe a noção geral de conhecimento como crença (ou opinião) verdadeira e justificada – já aparece nos filósofos da antigüidade grega, em especial, com Platão, em seu diálogo Teeteto. Os epistemólogos ou teóricos do conhecimento até os dias de hoje fazem referência a tal concepção, denominando-a concepção tradicional do conhecimento.
Entretanto, há uma diferença importante nas discussões sobre o conhecimento humano nos filósofos modernos, como aqueles que mencionamos no parágrafo anterior, em relação aos antigos.
Os termos ‘opinião’ e ‘crença’ serão utilizados como sinônimos e não possuem nenhuma conotação religiosa, como poderia sugerir a palavra ‘crença’. Estamos nos referindo as nossas opiniões, ou concepções, ou idéias sobre as coisas em geral. É preciso prestar atenção ao uso técnico das aspas acima e no restante deste livro. Utilizamos aspas simples para mencionar uma palavra e não para usá-la para nomear um objeto. As aspas duplas são utilizadas para assinalar citações e proferimentos. 16 ◆ Teoria do Conhecimento
Os pensadores da antigüidade, como o próprio Platão e também
Aristóteles, para citarmos os mais eminentes, tratavam o problema do conhecimento juntamente com o problema da