Teoria do apego
Resumo Esse ensaio tem o objetivo de contribuir para a divulgação da Teoria do Apego, trazendo reflexões atuais a respeito de seus principais conceitos e postulados. Aspectos históricos, pioneiros, conceitos básicos e padrões de apego são alguns dos temas tratados. Espera-se, com esse estudo, enfatizar a importância das relações de apego para o desenvolvimento humano e incentivar a pesquisa brasileira na área.
A Teoria do Apego, apesar de relativamente nova, uma vez que começou a ser esboçada a partir da segunda metade do século passado, vem sendo muito difundida, em nível mundial, nas últimas décadas. No Brasil, um dos trabalhos pioneiros foi da pesquisadora Maria Clotilde Rossetti Ferreira, na década de 80. Apesar de seu amplo reconhecimento, essa teoria ainda é pouco estudada em nosso país, e o objetivo deste capítulo é justamente o de tentar divulgá-la, acrescentando reflexões de pesquisadores contemporâneos. A primeira seção apresenta quem são considerados os precursores da teoria e sua principal premissa básica. Na segunda seção, discute-se o conceito de sensibilidade materna, e, na terceira, são descritos os principais padrões de apego. A quarta seção é dedicada à explanação do modelo de funcionamento interno, conceito introduzido por Bowlby, seguida por uma breve descrição das relações de apego na perspectiva do curso de vida. Nas considerações finais, são enfatizadas a necessidade e a importância de pesquisas sobre as relações de apego, tendo como aporte os avanços teóricos e metodológicos ocorridos nas últimas décadas.
A origem da teoria John Bowlby (1907-1990) é considerado o criador da teoria do Apego. Ele nasceu na Inglaterra, formou-se em psiquiatria e era membro da Sociedade Psicanalítica de Londres. Em seus estudos com crianças com mal ajustamento