Teoria curriculo
268 pps. ISBN – 972 – 650 – 662 – X
Recensão João M. Paraskeva Universidade do Minho – Portugal
3 de agosto de 2005 Uma Abordagem Simplista para um Fenómeno Complexo1 Volvidos cerca de um século, “O Currículo” de John Franklin Bobbitt encontra-se agora ao dispor da comunidade de educadores e educadoras em Português. É no entanto quanto a nós uma obra que deve ser lida não apenas pelos educadores e educadoras mas sim por todos aqueles que de uma ou de outra forma se preocupam com as questões educativas, em geral e curriculares, em particular. Uma recensão crítica a esta importante obra impunha-se por algumas maiorias de razão. Em primeiro lugar, e pese embora as limitações de espaço, este texto introdutório crítico tem como escopo providenciar o contexto político, económico, cultural, educacional e curricular no qual se situava Bobbitt - e será sempre nesse contexto que a sua obra deverá ser lida, analisada, debatida e refutada ou não. Em segundo lugar, e na sequência da intenção acima confessada, este pequeno intróito crítico pretende cumprir com um outro propósito: contrariar prováveis noções que entregam a Bobbitt ‘a’ posição pioneira no campo e emprestar ferramentas que permitam aos leitores e leitoras ler a verdadeira maternidade sócio política dos finais do século XIX e inícios do século XX, maternidade essa que, simultaneamente, dá origem aos contributos, não só de Bobbitt, como também de muitos outros curriculistas. Finalmente, este texto crítico introdutório pretende ainda cativar leitores e leitoras para a importância da leitura de uma obra que, não só deu visibilidade - não contudo sem
Bobbitt: O Currículo
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resistências - “à metáfora da escola como uma fábrica e do currículo como processo de produção, em que as crianças eram vistas como ‘matérias primas’ e os professores como controladores do processo de produção, assegurando que os ‘produtos’ eram construídos de acordo