Teoria Antropológica - Estrutura e Simbolismo em Levi-Strauss, Radcliffe-brown e Outros.
Gabriel Santos de Medeiros, abril de 2014
ESTRUTURA E SIMBOLISMO
Em menos de dois séulos como disciplina institucionalizada, a antropologia presenciou uma ruptura de seus próprios paradigmas numa enorme constância. Desde que Tylor ainda no século XIX postulou a primeira definição de cultura, muita coisa mudou. Vigente nessa época, a antropologia evolucionista, um reflexo no campo científico da mentalidade etnocêntrica difundida na época era praticada pelos chamados antropólogos de gabinete e influenciado pelo darwinismo social. Por volta de 1896, a primeira e uma das mais profundas rupturas de paradigmas, aos moldes da filosofia de Thomas Kuhn se deu com o ingresso de Franz Boas na academia. O antropólogo americano criticou pesadamente o método comparativo e outros paradigmas evolucionistas e introduziu a noção difusionista de cultura que exerceu impacto especialmente profundo nas teorias antropológicas americanas, principalmente no que se refere ao foco culturalista lá vigente. Por volta de 1930, Malinowski inaugurou um novo método para fazer pesquisa etnográfica, método esse foi praticamente postulado na introdução de uma das maiores obras da antropologia: os Argonautas do Pacífico Ocidental. Lá ele propunha uma nova abordagem nos trabalhos de campo (o que posteriormente se tornaria central na pesquisa antropológica), segundo ele, pesquisador devia buscar uma extrema proximidade com os à época chamados de “selvagens”, se instalando e convivendo com eles por longos períodos de tempo, pois só a partir do contato intimista com o próprio povo seria possível produzir informações acerca de seus costumes, hábitos e crenças eso. Chega então um dos autores analisados por esta resenha, o antropólogo britânico Radcliffe Brown, que levantou algumas questões que seriam fundamentais numa segunda fase da antropologia, que num contexto pós-colonial ia perdendo cada vez a mais a legitimidade. Influenciado pela sociologia Durkheimiana,