Tempo Livre

Julia Mantovani1
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Com relação ao tempo livre, Domenico de Masi e Theodor Adorno explicam suas diferentes ideias sobre como usamos nosso tempo livre, isso é, quando não estamos trabalhando.
No entanto, Domenico de Masi afirma, em sua teoria, que, no tempo do mercado industrial, vivíamos o tempo do trabalho, o momento de fabricar carros, geladeiras, etc. Um momento racional. Enquanto no tempo pós-industrial, desenvolvemos relações imateriais, é como um tempo de descanso em que nos preocupamos com nosso emocional e criatividade. Sendo assim, o 1º mundo produz ideias e utiliza as fábricas dos países pobres para cultivá-las, e pode utilizar seu próprio tempo como livre.
Isto ocorre porque a sociedade de hoje se tornou misógina, adquirindo valores femininos e juntando-os com os valores masculinos já existentes, fazendo da criatividade a reação aos diversos desorientamentos da sociedade.
Masi afirma, então, que vivemos num ócio criativo, em que fazemos mais de uma coisa ao mesmo tempo, criando uma sociedade que estuda, trabalha e tem prazeres dignos do tempo livre ao mesmo tempo, formando um sentimento só. Ele exemplifica com seu próprio caso fazendo o vídeo que assistimos em sala de aula, dizendo que se divertia falando destes conceitos, trabalhava fazendo isto e gerava estudo, para qualquer pessoa que o assista futuramente.
Já Adorno, fazendo uma forte crítica ao American Way of Life, compara a Antiguidade com a modernidade, mostrando que, antes, o ócio era um conceito nobre, enquanto o neg-ócio, sua negação, era o trabalho dos escravos; com os dias industriais, capitalistas, em que o ócio é depreciado e o trabalho, adorado.
O modo de pensamento antigo revelava que a pessoa preferia cuidar do espírito, realizar-se, a trabalhar, pois leitura e estudo não eram coisas vistas como trabalho, o que fazia com que a distinção entre prazeres do tempo livre e trabalho não fosse clara, enquanto Adorno afirma que o tempo livre não existe, serve