O tempo livre na Contemporaneidade
Esta proposição se afirma na medida em que adentramos em questionamentos reativos à vida privada e subjetiva dos indivíduos de nossa sociedade moderna. Vivenciamos mudanças de conceitos referentes ao modo como as pessoas utilizam seus respectivos “tempos livres”, visto que este assunto engloba conceitos fundamentais tanto na vida particular quanto social do indivíduo, pois esta é reflexo direto da primeira.
Primeiramente deve-se fazer uma análise histórica da interpretação que era instituída do ócio, uma vez que este era concebido como algo nobre e o trabalho, em controvérsia, era tido como “negócio” de escravos, visto que esta análise etimológica nos remonta a uma compreensão de que se negar ao ócio significa diretamente exercer determinada atividade, na qual as atividades “do espírito” ligavam-se a realização deste indivíduo, além de que na época cogitada as distinções entre trabalho e tempo livre, tal qual concebemos atualmente não se aplicava.
A percepção histórica da utilização do tempo livre leva-nos a perceber que mesmo em épocas passadas, tal qual atualmente, uma internalização de conceitos dados por uma “elite”. Atualmente, percebe-se que alguns conceitos foram alterados, o trabalho é tido como “nobre” e o ócio é depreciado. Fazendo uma análise sobre os princípios norteadores do nosso convívio social, o fator econômico tornou-se predominante em nossa sociedade influenciando grande parte das ações institucionais contemporâneas. O tempo livre tornou-se uma prática inviável, uma vez que na medida em que o indivíduo não trabalha (esta ocioso), não terá rentabilidade, logo este não poderá acumular mais capital para que futuramente possa desfrutar de um maior tempo livre, entretanto essa busca vai se tornando incansável e infinita, levando o individuo a não aproveitar seu tempo livre,