Tecnologia e sociedade

O acelerado crescimento da área de estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) no Brasil e América Latina é claramente perceptível. Desde os anos 1990 observa-se a movimentação de diversas áreas de conhecimento em torno das Jornadas Latino Americanas dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia (ESOCITE), que por sua vez de certa maneira segue o rumo desenvolvido pela Society for Social Studies of Science (4S) no contexto europeu. No Brasil um dos grupos pioneiros foi o Programa de Política Científica e Tecnológica do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp, criado em 1998, a partir da liderança do Prof. Amílcar Herrera.

Em 2007, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) aglutinou pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento (ciências humanas, engenharias, ciências sociais aplicadas, ciências exatas e ciências da saúde) e criou o Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS), uma iniciativa relevante para a construção de um diálogo interdisciplinar. O caso da UFSCar é emblemático, dado que ela se notabilizou nas últimas décadas por dispor de importantes departamentos da área de engenharia em escala nacional, e nos últimos anos incorporou também demandas da área CTS, enfocando aspectos sociais em suas práticas tecnológicas. Assim, o PPGCTS/UFSCar é o primeiro programa de pós-graduação do país dedicado exclusivamente a esta temática, enquanto que os outros programas existentes abordam os estudos sociais da ciência e tecnologia em linhas de pesquisa.

São também inúmeros os grupos e laboratórios de pesquisa dedicados aos estudos CTS no Brasil, que buscam integrar esforços para analisar as atividades científicas e tecnológicas do mundo contemporâneo, uma tarefa ainda incerta e que desafia os mais competentes pesquisadores. A escolha dos enfoques, o cruzamento de conhecimentos de diferentes áreas de conhecimento e a especificidade das linguagens científicas ainda é uma tarefa complexa que se impõe aos