tecnico
Numa revisão de sete estudos longitudinais sobre a associação entre o uso de cannabis e a esquizofrenia, pesquisadores descobriram que indivíduos que já tinham usado cannabis tinham um maior risco de psicose ou de sintomas psicóticos de 41 por cento em comparação com pessoas que nunca tinham usado cannabis. Em estudos longitudinais, um grande número de pessoas são seguidas durante vários anos, de preferência desde o nascimento até a idade adulta, para identificar por exemplo as causas de doenças ou factores de proteção contra doenças. Os consumidores cronicos de cannabis tinham o dobro do risco dos não-consumidores (odds ratio: 2'09) (Moore et al. 2007). Os pesquisadores observaram que a incerteza sobre se a cannabis causa psicose será dificilmente resolvida pela realização de outros estudos longitudinais. O mais provável é que o consumo de cannabis precipita a esquizofrenia em indivíduos que são vulneráveis devido a um histórico pessoal ou familiar de esquizofrenia (Degenhardt and Hall 2006).
É difícil provar que a cannabis é de facto um factor causal para o desenvolvimento da esquizofrenia, uma vez que a associação pode ser não causal, pelo menos em parte. Por exemplo, algumas pessoas com esquizofrenia podem auto-medicar-se com cannabis para tratar alguns dos sintomas, especialmente sintomas negativos. No entanto, existe uma evidência crescente em estudos epidemiológicos a longo prazo que a cannabis desempenha um papel causal.
Qual é o papel da cannabis no tratamento da esquizofrenia?
Existem duas séries de casos publicados que demonstram que a cannabis ou THC pode ter um valor terapêutico em alguns casos de esquizofrenia que não respondem à medicação convencional (Schwarcz et al. 2009, Schwarcz et al. 2010 ). Os autores destes relatórios assumem que, no que se refere à fisiologia do cérebro, a causa da esquizofrenia nestes pacientes pode diferir da dos outros pacientes que eles sim