tecnicas de ensino: porque nao?
Uma breve Reflexão acerca do Déficit de Socialização Primária
Rodrigo Gabriel da Silva
O papel da família como primeira instituição socializadora primária, designada assim por Tedesco, J. C. (“O novo pacto educativo”) é pano de fundo para reflexões acerca dos conflitos que as escolas e professores estão enfrentando nos últimos anos. Elucida a história que em meados da Idade Média, acentuou-se um processo de socialização denominado civilizatório que versava a padronização de normas, condutas, pudor e etiqueta. Em consonância, a consolidação da sociedade burguesa insere neste processo padrões típicos da família patriarcal (inserção da criança no universo de padrões básicos de comportamento e convívio social) e que consequentemente demandou uma escola personalizada responsável estritamente pela socialização secundária (aprofundam-se no comportamento, convivência e integração num universo de leis e normas). Em contrapartida as transformações decorrentes do século XX, impulsionaram nestes modelos uma acentuada desestabilização e indefinição do papel fundamental da família e da escola.
O cenário atual é totalmente dicotômico, no entanto, a família acredita que educar é papel da escola e a escola acredita que este papel é exclusivamente da família. Ainda, segundo Tedesco, a sociedade atual está enfrentando o déficit de socialização primária, não obstante, “a família e a escola estão perdendo a capacidade para transmitir valores e normas de coesão social”.
É comum observar nas grandes cidades brasileiras famílias adequadas no regime matriarcal e instável com condições precárias de convivência. São raros os momentos que pais e filhos dedicam para o diálogo, até mesmo, durante uma simples refeição, o que desfavorecem os conceitos mais elementares de civilidade.
O resultado são alunos desinteressados, desmotivados, desprovidos de normas, pudor e conduta. Este é o cenário cujo alicerce é a família do século XXI.