Tecnica Vocal
FUNDAÇÃO CULTURAL DE CAMPO MOURÃO
COORDENAÇÃO DE AÇÃO TEATRAL
APOSTILA TÉCNICA VOCAL
(Manual da voz e dicção de Lília Nunes)
CURSO LIVRE DE TEATRO
PROFESSOR CARLOS SOARES
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1. Tipos de respiração
A respiração costal diafragmática é a forma de respiração que regula melhor a formação; é a única aconselhável porque proporciona maior provisão de ar com menor esforço, é invisível e silenciosa. Na inspiração as costelas flutuantes afastam-se, aumentando a cavidade torácica no sentido transversal da natural, dando preponderância ao alargamento da base, de onde parte o aumento proporcional do tórax em todos os seus diâmetros.
A respiração abdominal é a mais apropriada para homens; o diafragma desde muito, comprimindo as vísceras abdominais e impelindo o ventre para fora.
Segundo Ladeau (Les Dysodies) a respiração abdominal é prejudicial, sobretudo às mulheres, pela compreensão que exerce sobre os órgãos genitais; provoca a causa de muitas disodias.
A respiração clavicular também é condenada, pois sendo os pulmões mais estreitos no ápice, a provisão de ar é insuficiente, visível, fatigante, além de provocar o congestionamento das veias do pescoço. A elevação do peito e a sua convexidade impedem a dilatação da base dos pulmões; não se pode ao mesmo tempo alargar e elevar o tórax.
A respiração varia, adaptando-se às necessidades da voz falada ou cantada e não deve ser feita apenas como ginástica respiratória.
Os movimentos respiratórios exagerados que abdominais ou torácicos prejudicam a palavra e o canto como diz Dupont Tersen (Physiologie e Psycho-Physiologie de la
Phonation), pois é suficiente uma capacidade expiratória de 1.000 a 1.500 cm³ e de um tempo expiatório de 15 a 20 segundos, para cantar a mais longa frase musical já registrada que é de 18 segundos.
Tarneau cita o caso de um tenor (traitement des Dysodies fonectionelles) que se habituara a tomar inspirações de tal amplitude que foi vitimado, em plena carreira
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