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Fela Moscovici
Em decorrência de experiências e aprendizagens que realizamos, formam-se hábitos e automatismos que trazem segurança e conforto no desempenho das atividades diárias,sem grandes esforços nem desgaste. Os hábitos liberam o nosso intelecto para outras funções e, por isso, têm efeitos positivos sobre o nosso comportamento. Imagine-se ter que pensar como escovar os dentes, dirigir o automóvel, escrever, realizar inúmeras atividades cotidianas, cada vez que é preciso executa-las... Todavia, se existem benefícios nesse aprendizado, existem, igualmente, desvantagens e riscos. Assim como no corpo, alguns músculos e articulações que são poucos exercitados, tendem a enrijecer, também na mente ocorre fenômeno semelhante. Algumas funções psíquicas, quando se concentram em algumas modalidades, deixando outras sem exercício, tendem a favorecer um pouco de rigidez gradativa, que se traduz por comportamentos estereotipados,, não-flexíveis, chegando, por vezes, até ao extremo da radicalização. A própria percepção, base dos processos psíquicos, pode tender a um condicionamento limitante, que não permite mais à pessoa apreender as situações de maneira abrangente, com suas numerosas variáveis. Há pessoas que tendem a ver as situações sempre sobre um mesmo ângulo determinado, o que impede a exploração ampla e livre de outros aspectos para a compreensão e diagnose mais completa e apropriada.
O PROCESSO PSICOSSOCIAL DE MUDANÇA
Para que ocorra mudança nas pessoas,faz-se mister que haja algum desequilíbrio ou crise interna que propicie alteração de percepções e introdução de novas idéias, sentimentos, atitudes, comportamentos. Esta fase inicial é chamada tecnicamente de descongelamento, representando certo grau de desestruturação, dúvida das certezas anteriores, ansiedade e motivação para examinar o novo, o diferente, o contraditório. Pode-se alcançar este estágio através da comunicação,