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Enquanto o mercado imobiliário paraense vive um boom, comerciantes de materiais de construção sofrem com dificuldades logísticas
Por Juliana Nakamura
Edição 112 - Novembro/2010
Desde o início do ano, o mercado imobiliário paraense vive um momento próspero, com muitos lançamentos residenciais, especialmente para famílias na faixa de cinco a dez salários mínimos. Só que isso não está sendo plenamente aproveitado pelos comerciantes de materiais de construção locais, como explica Herivelto Bastos, presidente da Acomac-PA (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Estado do Pará). Nesta entrevista, ele conta que os lojistas têm enfrentado muitos desafios para garantir sua sobrevivência. O alto número de empresas informais é um deles.
Qual tem sido o desempenho do mercado de venda de materiais nas regiões abarcadas pela Acomac-PA, neste ano?
O mercado imobiliário vem crescendo muito desde o início do ano, especialmente por causa do programa Minha Casa, Minha Vida. Como muitos sabem, o Pará é o Estado com o maior déficit habitacional per capita. Grandes empresas, como Inpar, Gafisa e Direcional, vieram para o Estado com empreendimentos residenciais para atender às faixas de cinco a dez salários mínimos. Mas nossa carência maior por habitação é na faixa de até cinco salários mínimos. Então, em uma fatia do mercado há um inchaço, enquanto que, em outra fatia, o déficit permanece.
Qual é o reflexo desse movimento nas vendas dos lojistas?
Nesse primeiro momento, o impacto é bem pequeno porque as grandes construtoras, em sua maioria, compram diretamente dos fabricantes. Além disso, elas trabalham com tecnologias construtivas diferentes. Por exemplo, o mercado local tradicionalmente consome bloco cerâmico. Já as grandes construtoras preferem trabalhar com blocos de concreto.
Isso significa que não deve sobrar nenhuma fatia do bolo para os lojistas paraenses?
A expectativa é a de que essa explosão do mercado imobiliário