Tcc de poder
Michel Foucault e a teoria do poder
JOSÉ AUGUSTO GUILHON ALBUQUERQUE
RESUMO: Mais do que a teoria do poder, Foucault propõe regras ou cautelas metodológicas. Diferentemente das concepções correntes, Foucault pretende explicar o poder sem o rei como sua fonte e natureza. Depois de comparar diferentes concepções correntes de poder, mostrando sua dependência da noção de um soberano, define-se o poder em Foucault como uma relação assimétrica que institui a autoridade e a obediência, e não como um objeto preexistente em um soberano, que o usa para dominar seus súditos. Para ilustrar o conceito foucaultiano de poder, comenta-se uma situação atual da política nacional.
UNITERMOS: Foucault, teoria do poder, autoridade, poder como relação assimétrica.
eria, certamente, excessivo falar em teoria do poder tratando-se de Foucault. Ele rejeitava a idéia de Teoria com T maiúsculo, à qual atribuía uma função de poder muito mais do que de instrumento de conhecimento. Quando trata de maneira mais sistemática do poder, Foucault prefere falar em “precauções metodológicas”, “regras”, etc., e nunca em teoria. Portanto, quando eu falar em teoria do poder em Foucault, trata-se na verdade de um conjunto de regras metodológicas a partir das quais se pode formular hipóteses, e que configuram muito mais um modo de abordagem e um objetivo de pesquisa do que uma teoria completa. Embora esteja, de muitos pontos de vista, nas antípodas do chamado empirismo anglo-saxão, Michel Foucault nos legou muito mais um “programa de pesquisa” no sentido americano da expressão, do que uma teoria ou um paradigma no sentido europeu e particularmente francês. Creio que uma boa maneira de abordar o enfoque foucaultiano do
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