Síntese e Resumo
Síntese:
De acordo com o ponto de vista do autor, a sociedade da época era corrupta, decadente, injusta e desumana. Cesário Verde considera que os doentes são abandonados e esquecidos (como acontece com a engomadeira), tal como os poetas, ainda que de maneira diferente. O autor critica também a parcialidade do meio jornalístico e literário, depois de ver os seus textos terem sido rejeitados pelas redacções e pelos jornais. Posto isto, podemos afirmar que o autor se sente revoltado e irritado. No entanto, esta sua irritação fica a dever-se à depravação de usos e costumes que observa na sociedade.
No seu poema, Cesário Verde faz referência à engomadeira, descrevendo-a como uma mulher doente, tísica e esfomeada, que faz parte de uma classe trabalhadora desfavorecida, mas corajosa, e que desperta a revolta, a solidariedade e a emoção do sujeito poético.
Em relação à rejeição de que foi alvo por parte dos jornais, o autor defende que não escreve poemas só para agradar às redacções e ganhar dinheiro e que, apesar de alguns autores preferirem a prosa à poesia por ser mais favorável do ponto de vista financeiro, ele assume que não é fã de escrever em prosa.
Resumo:
O poema de Cesário Verde, “Contrariedades”, está centrado em dois planos: o do sujeito poético e o da engomadeira. O autor começa o poema por revelar o seu estado emocional, que é de irritação e revolta. De seguida centra a sua atenção na engomadeira e, consequentemente, no seu sofrimento.
Depois, o poeta volta a manifestar o seu desagrado devido ao facto de os seus poemas terem sido rejeitados pelos jornais, criticando assim a imprensa. Feito este reparo, o sujeito poético volta a focar a situação da engomadeira, destacando a pobreza em que esta se encontra.
Por fim, o sujeito poético mostra-se mais conformado com a situação de que foi alvo, como ele diz “vou findar sem azedume”. Já na última estrofe, Cesário Verde traça uma espécie de paralelismo entre as duas