Síntese da obra “Técnica e Ciência Como Ideologia” de Jürgen Habermas
Jürgen Habermas, filósofo vinculado a teoria crítica e que teve como orientador Theodor W. Adorno, se insere dentro de uma escola filosófica cujas origens remetem ao marxismo e as superam nas análises sobre psicologia social e cultura. Desse modo, o autor parte de uma perspectiva crítica frente a técnica e a ciência, devido a seu discurso de neutralidade. Ainda de acordo com suas origens intelectuais, o autor defende que o projeto moderno não se concluiu, tendo em vista que todo avanço técnico e científico não implicou na bildung do homem. Neste sentido vale à pena resgatar que a obra inaugural da Teoria Crítica da Sociedade, é a obra de Max Horkheimer denominada Teoria Tradicional e Teoria Crítica, cujo objetivo é tecer uma crítica estrutural ao modelo de ciência positivista, criando assim um distanciamento conceitual e epistemológico de uma nova perspectiva filosófica que ali surgia.
Para construir sua análise sobre técnica e ciência, o autor recorre a Herbert Marcuse e Max Weber, estabelecendo um debate crítico com os pensadores, analisando suas contribuições para o conceito de conhecimento e suas determinações. Em Marcuse, Habermas resgate o debate na obra Homem Unidimensional; em Weber o autor traz para o centro do debate, através da obra Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, o conceito de racionalidade.
Habermas tem como objetivo reconstruir o conceito de racionalização, em diálogos com Weber e Marcuse, trazendo a tona o caráter da ciência e da técnica que estão para além da sua aparência: além de sua força produtiva, ambas se estabelecem enquanto ideologia. Assim, a racionalidade típica da ciência moderna, não é somente forma de ordenação do pensamento, mas também resignifica as instituições sociais por meio de sua lógica e desmistificação, além de ser um efetivo meio de dominação política. Desse modo a crítica do autor aponta para a racionalização das relações da vida dos