Síndrome
Mudanças de abordagem e estimulação precoce ampliam os horizontes de quem tem a síndrome. Conheça histórias de pessoas que estão quebrando barreiras
Verônica Mambrini - iG São Paulo | 12/09/2012 05:00:12
Mônica Ribeiro dos Santos tem 27 anos e trabalha como auxiliar administrativa em uma empresa de produtos hospitalares. Perdeu a mãe ainda criança e foi criada com a ajuda da irmã Jaqueline. Trabalha, estuda, ajuda nas tarefas de casa, adora ver novela. Na infância, ajudava a cuidar da sobrinha deficiente visual. Uma rotina comum, mas que se torna extraordinária ao levar-se em conta que Mônica tem síndrome de Down.
Mônica mostra seu crachá do trabalho: a independência foi uma necessidade
Mais do que um desejo dela e da família, independência foi uma necessidade. Para continuar estudando e trabalhando, Mônica encara três conduções lotadas para ir de casa, no Capão Redondo, para a Adid (Associação para o Desenvolvimento Integral do Down), no Brooklin, e depois para o trabalho, no Socorro. “Foi um sacrifício deixá-la ir sozinha, mas era importante”, conta Jaqueline.
Mônica já se perdeu. “Peguei a condução errada e pedi ajuda ao cobrador. Voltei ao ponto final e peguei o ônibus certo”, explica. Com a prática, passou o medo de errar (veja a rotina de Mônica no vídeo) .
Ela trabalha, namora, estuda, dá conta de seus cuidados pessoais – algo impensável para alguém com síndrome de Down décadas atrás.
Namoro e aliança de compromisso
A síndrome, que tem origem em uma alteração cromossômica, é um conjunto de sintomas associados a dificuldades cognitivas expressas no desenvolvimento físico e na fala. Dez anos atrás, acreditava-se que as pessoas com Down não teriam condições de levar uma vida normal e morreriam na adolescência, o que não é mais uma verdade absoluta.
Hoje, sabe-se que é possível atingir graus variados de independência e autonomia. “A síndrome se manifesta em níveis diferentes em