Síndrome do X frágil
Medicina – 2º Período.
Introdução e Epidemiologia:
A Síndrome do X frágil é uma doença genética ligada ao sexo (cromossomo X) e de caráter dominante, mas que apresenta um índice de penetrância reduzido. Ela é uma das causas mais comuns de retardo mental hereditário, estando relacionada com deficiências intelectuais e emocionais, que vão desde problemas de aprendizado a retardo mental, e instabilidade de humor a autismo. Outras características incluem hiperatividade, prolapso da valva mitral, cabeça com uma circunferência larga, face longa com testa e mandíbula proeminentes, orelhas que se sobressaem, pé achatado, articulações hiperextensivas e, em homens, testículos largos.
É responsável por afetar 1 em cada 1250 homens e 1 em cada 2000 mulheres. Já o índice de prevalência em homens é em torno de 1 a cada 4000 – 6000 e em mulheres 1 em cada 8000 – 10000.
É mais freqüentemente causada pelo silenciamento da transcrição do gene FRM1, devido a uma expansão de uma trinca de nucleotídeos (CGG) encontrada na região não traduzida da porção 5’. O produto funcional deste gene, o FMRP, é uma proteína que se liga à RNA’s de modo seletivo e que é responsável por regular negativamente a síntese protéica local nos dendritos neuronais. Na ausência deste produto funcional (o FRMP), as transcrições antes reguladas por esta proteína acabam sendo feitas em uma proporção maior do que a demanda. O resultado disso é uma abundância de transcritos que resultam em uma diminuição da força de sinapse devido a anormalidades de transporte ligadas ao receptor AMPA, que justificam em pelo menos uma parte o fenótipo desta síndrome.
História da doença:
A primeira família com a síndrome do X frágil foi descrita por J. Purdon Martin e Julia Bell em 1943. Esta família apresentava onze homens com retardo mental severo, e o padrão de herança da deficiência mental parecia