A Síndrome de Prader-Willi (SPW) consiste em um distúrbio dismórfico relativamente comum caracterizado por obesidade, mãos e pés pequenos, baixa estatura, hipogonadismo e retardo mental. Em aproximadamente 70% dos casos, existe uma deleção envolvendo a região proximal do braço longo do cromossomo 15 (15q11- q13) herdado do pai do paciente. Dessa forma, esses indivíduos possuem informação genética em 15q11-q13 derivada somente de suas mães. Em contrapartida, e pacientes portadores da Síndrome de Angelman (SA), que se caracteriza por fácies típica, baixa estatura, retardo mental severo, espasticidade e convulsões, existe uma deleção da mesma região cromossômica, só que no cromossomo 15 de origem materna. Esses pacientes, então, possuem informação genética em 15q11-q13 provinda apenas de seus pais. Essa circunstância não usual demonstra claramente que a origem do material genético (neste caso, no cromossomo 15), pode afetar profundamente a expressão clínica de um defeito cromossômico. Por outro lado, uma minoria (cerca de 30%) dos pacientes com SPW não possui deleções citogenéticas, mas sim são portadores de um par intacto de cromossomos 15, ambos herdados de sua mãe. Em contrapartida, apenas uma pequena parcela dos pacientes com SA (de 3 a 5%) possuem dois cromossomos 15 intactos de origem paterna. Nesses casos, estamos diante de uma dissomia uniparental, o que apóia a teoria de que a SPW e a SA resultam da perda da contribuição paterna e materna dos genes localizados em 15q11-q13, respectivamente. Além dos mecanismos de deleção e de dissomia uniparental, alguns pacientes com essas síndromes aparentemente exibem defeitos nos centros de imprinting do cromossomo 15. Como resultado, a conversão do imprinting de feminino para masculino durante a espermatogênese, ou de masculino para feminino na oocitogênese não ocorre. A fertilização de um oócito por um espermatozóide carreador de um imprinting materno anormalmente persistente produziria um zigoto com SPW, já a