Síndrome da compartimentalização
Autor: Renan Abreu
Definição
Caracteriza-se pelo aumento da pressão de um compartimento fascial de tal forma que impossibilite a perfusão sanguínea em níveis adequados para a manutenção de um tecido. É uma síndrome relativamente comum e pouco diagnosticada. Pode gerar isquemia seguida por necrose e eventual perda do membro acometido.
Etiologia
Qualquer fator que provoque um aumento da pressão osteofascial pode dar origem a uma síndrome da compartimentalização. São eles:
Fraturas
Aumento do volume muscular com perda de elasticidade fascial
Esmagamentos
Queimaduras
Alteração do retorno venoso
Infusão de fluídos
Artroscopia
Rotura de gânglios ou cistos
Picadas de cobras
Fisiopatologia
A teoria da oclusão microvascular é a principal explicação para a redução do fluxo sanguíneo na síndrome da compartimentalização. A pressão nos tecidos recobertos por fascias é aferida em torno de 25 mm/hg. Valores de pressão compartimental que fiquem próximos de 25 mm/hg já são suficientes para que ocorra diminuição no fluxo sanguíneo tissular por falta de potencial. Os níveis altos de pressão podem comprimir em demasia estruturas muito vulneráveis à compressão, como os pequenos vasos dos músculos e o vasa nervorum dos nervos, situação que gera isquemia pontual e distal à área acometida. É importante entender que os problemas oriundos da síndrome não se dão pelo ato físico da compressão propriamente dito, mas pela conseqüente isquemia gerada por ela. O músculo esquelético é o tecido mais vulnerável a isquemias e fica sujeito, portanto, a perda de sua função por meio de lesões permanentes.
Epidemiologia
A causa mais comum de aumento da pressão osteofascial é por meio de fraturas (69%). O membro inferior é mais frequentemente acometido (compartimento anterior) pois os septos e fascias dessa região são mais fortes e conseguem, portanto, reter com mais eficácia as forças que agem sobre as paredes internas desses tecidos . A