Cavalos - genetica
v. 12, n. 32, p. 65-70, dez. 1998
Conseqüências genéticas da fragmentação sobre populações de espécies arbóreas
Paulo Y. Kageyama
Flávio Bertin Gandara
ESALQ/USP
Lina M. Inglez de Souza
Camará - Centro de Apoio às Sociedades Sustentáveis
RESUMO: A necessidade de conservação, manejo e recuperação dos fragmentos florestais requer uma abordagem que envolva tanto ecologia como genética de populações. Neste sentido, utilizamos parâmetros que trabalhem estas duas vertentes, como tamanho efetivo populacional, estrutura espacial genética, diversidade e estrutura genética etc. As principais conseqüências teóricas da fragmentação e redução populacional são deriva genética, aumento da endogamia e diminuição do fluxo gênico. Neste trabalho são apresentados dados que permitem identificar alguns destes fenômenos em duas espécies arbóreas da Mata
Atlântica: Cedrela fissilis e Chorisia speciosa. Em C. fissilis foi encontrado um aumento significativo da estrutura genética espacial em uma área secundária fragmentada. Em C. speciosa foi observada a perda de alelos por deriva genética em populações fragmentadas. Dados como estes permitem propor ações que podem diminuir as conseqüências genético-demográficas da fragmentação.
INTRODUÇÃO
Com a necessidade premente da conservação, manejo e recuperação dos fragmentos, do que resta da Floresta Tropical Atlântica, é imprescindível que conceitos teóricos básicos dos ecossistemas tropicais sejam invocados, para a construção de tecnologias adequadas para essas ações. Para análise da estrutura da população, julga-se fundamental a junção de conceitos da ecologia de populações e da genética de populações de forma a orientar as ações a serem efetuadas e definir parâmetros adequados para o monitoramento das mesmas.
Em função da alta riqueza de espécies arbóreas da maioria das florestas tropicais, freqüentemente com 100 a 400 diferentes espécies por hectare, é importante que se defina quais