Genética quantitativa

1. INTRODUÇÃO

Embora os métodos matemáticos para análise de características complexas possam parecer impositivos a princípio, a maioria das pessoas intuitivamente compreende a lógica subjacente da genética quantitativa. Todos nós reconhecemos a semelhança familiar: falamos sobre herdar a altura de nosso pai ou a inteligência de nossa mãe. A semelhança familiar está no cerne dos métodos estatísticos usados na genética quantitativa. Quando os genes influenciam a variação em uma característica, os indivíduos aparentados se assemelham mais que os não-aparentados. Indivíduos proximamente aparentados devem se assemelhar mais do que os distantemente aparentados. Comparar indivíduos com genes diferentes de parentesco nos fornece informações sobre a extensão com que os genes influenciam numa característica.
Esse tipo de análise foi aplicado à herança de velocidade nos cavalos puro-sangues utilizados em corridas nos hipódromos. Em 1988, Patrick Cunningham e seus colaboradores examinaram registros de mais de 30.000 cavalos com 3 anos de idade que correram entre 1961 e 1985. Eles raciocinaram que, se os genes influenciam o sucesso na corrida, este sucesso deve ser mais similar ao dos seus genitores do que de cavalos não-aparentados. Quando eles analisaram estatisticamente os registros de corrida de puros-sangues, descobriram que uma quantidade considerável de variação no desempenho nas pistas era devida a diferenças genéticas, ou seja, a velocidade em corrida é herdável. Com o uso de estatísticas, é possível avaliar com algum grau de precisão, o desempenho na pista de um cavalo a partir do desempenho dos seus parentes. Temos então que, a análise genética de características complexas, tais como a velocidade dos cavalos de corrida é conhecida como genética quantitativa.

2. GENÉTICA QUANTITATIVA: CARACTERES CONTÍNUOS E DESCONTÍNUOS

As características qualitativas, ou descontínuas, possuem apenas alguns fenótipos distintos e facilmente distinguíveis. São as