Syriana
Com um elenco talentoso, uma idéia a ser abordada interessante e um roteiro inteligente, dirigido por Gaghan, Syriana é um filme tão complicado que escrever sobre ele provoca uma sensação de desorientação. É como se alguém desmontasse um jogo de quebra-cabeças e atira as peças à frente. Olha-se o jogo desmontado e sabe que as peças, se montadas, mostrariam uma só imagem. Só que não se consegue encaixá-las. Syriana é assim, e é um filme tão complicado quanto fascinante.
O autor propõe um mosaico interessante de algumas histórias paralelas para abordar a relação entre as grandes potências econômicas e o Oriente Médio, e o grande interesse pelo seu maior tesouro, o Petróleo.
A trama interliga terrorismo, agentes secretos, advogados ricos, iraquianos pobres, política e economia internacional, formando um painel cínico e pessimista sobre o Oriente Médio. O pano de fundo de tudo isso é o petróleo. O longa afirma, com todas as letras, que o “ouro negro” está na raiz de todas as questões importantes, como as econômicas, sociais e até religiosas que envolvem todo o oriente Médio.
Dentre as histórias é importante ressaltar o desenrolar de algumas.
O príncipe Nasir concede aos chineses os direitos de exploração de gás natural em seu país no Golfo rico em petróleo. A medida é um golpe sério à gigante texana de energia Connex.
Para tentar contrabalançar suas perdas, a Connex tenta uma fusão com a Killen, uma empresa de petróleo menor de propriedade de Jimmy Pope, isso porque a Killen acabou de obter os direitos para perfuração no Cazaquistão. Tanto a fusão quanto esse surpreendente contato provocam uma investigação do Departamento de Justiça, que desconfia de trapaça.
Dean Whiting chefia uma poderosa empresa de advocacia de Washington D.C., contratada para guiar a fusão por entre as perigosas veredas da política. Ele pede ajuda ao ambicioso promotor Bennett Holiday para garantir que o negócio vá adiante.