Critica filme Inimigos do Estado
Alguns segundos depois, um entregador de pizza que assistiu à execução é alvejado também. O assassino foge, dando tempo para os espectadores retomarem o fôlego.
Assim começa Intrigas de Estado (State of Play), a adaptação Hollywoodiana da série inglesa de mesmo nome exibida em 2003. É uma pena que o filme, dirigido por Kevin Macdonald (O Último Rei da Escócia, The Eagle), não consiga recriar a excitação e a velocidade dramática da cena da abertura. Conforme o filme progride, mais confusa a trama se torna. Personagens e revelações estranhas dão um ar pesado ao título.
Isso, entretanto, não é surpreendente. A série original, escrita por Paul Abbot, era composta por seis episódios de uma hora. Na adaptação para o cinema, a ação atravessou o Oceano Atlântico e foi comprimida para pouco mais de duas horas.
Esses defeitos são compensados com os atores. Russell Crowe impressiona como Cal McAffrey, um repórter investigativo veterano do Washington Globe designado para investigar as duas mortes. McAffrey gosta de beber, tem contatos exclusivos nos cantos mais obscuros da cidade e um método um tanto duro de lidar com as possíveis testemunhas, que inclui truculência e gravação ilegal de depoimento.
Junto dele está Della Frye (Rachel McAdams), que é astuta e ambiciosa. McAffrey prontamente a trata de modo condescendente por ser uma blogueira e não uma repórter de jornal impresso. Mas suas habilidades investigativas se mostram tão boas quanto às de qualquer repórter da redação. Durante a apuração dos fatos do aparente suicídio da assessora parlamentar Sonia Baker, Della descobre que a assessora estava dormindo com o congressista Stephen Collins (Ben Affleck) e que sua morte não se tratava de