Surgimento do trabalho assalariado
A partir dos séculos XII e XIII, com o progresso das cidades na Europa e o uso do dinheiro, os artesãos tiveram a opção de abandonar a agricultura e viver de seu ofício. O sapateiro, o padeiro, o fabricante de móveis, etc., foram para as cidades européias, dedicando-se aos negócios, não mais para satisfazer somente às suas necessidades como faziam antes, mas sim para atender à procura e abastecer um mercado pequeno e em construção.
Neste momento, a produção era de caráter familiar. Nela o artesão possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matériaprima até o acabamento final; ou seja, não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações, o artesão tinha consigo um ajudante, porém não assalariado, que desenvolvia o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas.
Com a expansão das cidades e a mudança de grande parte da população para os centros urbanos, aumentou o número de artesãos.
Estes, que antes dominavam todas as técnicas de fabricação de um produto, passaram a ter mais ajudantes, os quais se tornavam aprendizes de um ofício, recebendo um pagamento por isso (em alimentos ou dinheiro), até poder obter sua própria oficina.
Concluído o período de aprendizado, caso não tivesse condições de abrir sua própria oficina, o aprendiz podia tornar-se jornaleiro e continuar trabalhando para o mesmo mestre, recebendo um salário, ou tentar conseguir emprego em outra oficina.
Nos séculos XII e XIII, a produção artesanal estava sob o controle das corporações de ofício, que eram associações econômicas que buscavam promover e proteger os interesses de uma determinada categoria profissional. Os trabalhadores passaram a agregar-se por especialidades nas corporações de ofício, que possuíam regulamentos quanto à hierarquia, à formação e ao treinamento