Trabalho
O Capitalismo Tardio. Contribuição à revisão crítica da formação e do desenvolvimento da economia brasileira. Autor: João Manuel Cardoso de Mello. Unicamp – Instituto de Economia, 1998.
Capítulo 1 - As raízes do capitalismo retardatário
-De acordo com o paradigma cepalino das duas últimas décadas do século XIX: ter-se-ia inaugurando uma nova etapa do processo de desenvolvimento latino-americano com a constituição das economias primário-exportadoras. Neste modelo as exportações representam o único componente autônomo de crescimento da renda.
- Paradigma cepalino: crescimento para fora. “A esta maneira de crescer corresponde uma determinada estrutura produtiva , caracterizada por uma nítida especialização entre dois setores: de um lado o setor externo, fonte de todo o dinamismo; de outro, o setor interno dele dependente” (MELLO, 1998, p.31).
- João Manuel Cardoso de Mello rejeita o paradigma cepalino: “Qualquer esforço para definir uma nova problemática deve se iniciar com a rejeição do formalismo contido no paradigma cepalino, que aparece claramente quando se pretende aplicá-lo ao ‘caso do Brasil’: há, mesmo, duas e não uma economia primário-exportadora, a apoiada no trabalho escravo e a organizada com trabalho assalariado” (MELLO, 1998, p.33).
- Para o autor: “(...) o surgimento das economias exportadoras organizadas com trabalho assalariado deve ser entendido como nascimento do capitalismo na América Latina. Não, é certo, do modo especificamente capitalista de produção, desde que não se constituem simultaneamente, forças produtivas capitalistas, isto é, desde que a reprodução das relações sociais de produção capitalista não está assegurada endogenamente, quer dizer, no âmbito das próprias economias latino-americanas” (MELLO, 1998, p.33).
-Análise de Weber sobre Economia Colonial: mercantil e escravista. Economia de “plantation” (latifúndio, monocultura – tabaco, cana-de-açucar, algodão, etc.). Condições para a persistência e crescimento do