Surdez E Tecnologia
Na realidade não acreditamos que as tecnologias substituam as ações sociais, humanas, necessárias para a inserção real de pessoas surdas, mas afirmamos que estas ferramentas podem compor um espaço de diálogo e parceria para a proliferação de propostas educativas que disponha da língua de sinas e de certa visualidade que só vem a favorecer a relação professor-aluno, além de permitir uma melhor qualidade de vida, facilitando a realização de atividades do dia-a-dia, e atendendo as necessidades da vida cotidiana. A visualidade é uma característica importante para o sujeito surdo, ao que tange o próprio uso da língua de sinais que é de modalidade visuo-espacial, e ainda, nas suas relações corpo-mundo, uma vez que as experiências corporais e visuais são específicas e agem de uma maneira muito particular nas relações inter e intrapessoal. Essa especificidade proporciona a diferença de quem tem em si a marca da surdez – o que diferencia um surdo de um ouvinte.
Para atender às necessidades das pessoas surdas, empresas têm criado variados recursos tecnológicos, desde os mais simples até aos mais complexos, como campainhas e babás luminosas, relógio de pulso e despertador vibratórios, telefone para surdos (TTS), aplicativos e celulares com acesso à Libras, além de legendas ocultas, permitindo o acesso à informação, a comunicação e a interação com outras pessoas.
Desta forma, pode-se pensar que os avanços tecnológicos tornam-se novos caminhos, e que aliados às mudanças numa nova prática pessoal e institucional, proporcionam uma relação mais ética frente à pessoa surda.