sucessão
Dinâmica Temporal da Vegetação
Valério De Patta Pillar
Departamento de Botânica, UFRGS
O conhecimento da dinâmica temporal da vegetação revela padrões, processos e mecanismos, os quais podem ser usados para fazer predições. Os povos caçadores primitivos conheciam o efeito do fogo sobre a vegetação, dessa forma alterando a disponibilidade de forragem e atraindo animais pastadores. Em nossa cultura a produção de florestas e pastagens depende da capacidade em predizer as conseqüências de ações de manejo. Este texto aborda diferentes teorias que embasam o estudo da dinâmica vegetacional e da sucessão, as categorias adotadas, o conceito de distúrbio, a importância da escala de tempo e espaço, mecanismos envolvidos e metodologia de estudo.
Paradigmas
O estudo científico da sucessão inicia-se no final do século XIX. O conceito de sucessão vegetal foi desenvolvido e se consolidou principalmente com Clements
(1916). A teoria de Clements dominou a cena da ciência da vegetação na América do
Norte na primeira metade deste século. Clements conceitua sucessão como um processo altamente ordenado e previsível, no qual mudanças na vegetação representam a história de vida de uma comunidade vegetal. Para Clements uma comunidade vegetal é como um organismo, que nasce, cresce, atinge maturidade e morre. A partir de diferentes pontos de partida, determinados, por exemplo, pelo tipo de substrato e distúrbio, as comunidades tenderiam a convergir através de sucessão em direção a uma vegetação clímax com características unicamente definidas pelo clima regional. O clímax seria um estado estável onde a vegetação estaria em equilíbrio com o clima presente.
Gleason (1926) e Tansley (1935) criticam as idéias de Clements. Segundo
Gleason a comunidade vegetal não tem o grau de integração defendido por Clements, pois as espécies têm um