A ÉTICA NA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO CLÍNICO
INTRODUÇÃO
O presente artigo originou-se a partir dos questionamentos frente ao processo psicoterápico, na tentativa de compreender seu modo de ser genuíno, o que há de específico na atuação clínica. Neste pensar, é inevitável que a questão da ética seja trazida à tona, visto que, talvez este seja o cerne das dúvidas e angústias que surgem frente a atuação clínica e a formação do psicólogo clínico. Como orientar um aspirante a psicoterpeuta sem a ciência de como a sua prática se manifesta em seu cotidiano? Como tem sido a atuação de outros colegas, ali, fechados em seus consultórios? Ou não estão tão fechados assim? O processo psicoterápico exige uma escuta e esta deve estar alicerçada em uma abertura, em um querer conhecer cada indivíduo que ali está presente, com sua própria histporia de vida, ou seja, sua experiência de e na vida. Tais inquietações, também, surgiram durante as discussões sobre as idéias de Merleau-Ponty; um filósofo francês, precursor da fenomenologia; realizadas com o Núcleo de Pesquisas e Estudos em Merleau-Ponty (PEM); abrangendo as áreas da saúde e educação. Todas estas questões impulsionaram, os pesquisadores deste artigo, em compreender a prática profissional psicoterapeutica. O termo Psicologia Clínica
“(...) foi utilizado, pela primeira vez, em 1896, referindo-se a procedimentos diagnósticos utilizados junto à clínica médica, com crianças deficientes físicas e mentais. O interesse por esse diagnóstico surgiu a partir do momento em que as doenças mentais foram consideradas semelhantes às doenças físicas.”. (Ancona-Lopez apud Trinca, p.3, 1984)
Entende-se em sua origem a influência direta do modelo médico, cuja nomeação se deu pelo termo ‘Psicologia Clínica’. A forma de compreender as doenças mentais também ocorre de uma maneira organicista, entendendo-as a partir do comportamento normal e anormal, sendo definido e classificado conforme as categorias desenvolvidas pela