subjetividade
A forma correta é agora reproduzida no verso.
ce das definições de Psicologia ensaiadas em contextos intelectuais particulares, daí não ser rigorosamente possível falar do objeto da Psicologia, mas apenas dos objetos da Psicologia. Ainda assim, na literatura mais histórica, a subjetividade, ou a "experiência subjetiva privatizada" tem sido referida (e.g., Figueiredo, 1991) como o objeto original da Psicologia e expressão das demandas que justificam a existência da disciplina. Sob esse conceito de experiência subjetiva, geralmente consideramos sentimentos, pensamentos, crenças, fantasias, etc. Mas aquela mesma análise histórica nos diz que a problemática reservada à Psicologia não é um conjunto de fenômenos humanos naturais. Mais especificamente, a experiência subjetiva do homem moderno deveria ser abordada como um tipo de experiência instituída sob condições histórico-culturais particulares, no âmbito de relações interpessoais que promovem, de modos originais, a vigilância do próprio corpo, o autocontrole, e a reduzida capacidade de percepção dos laços de interdependência entre os indivíduos, ou da dimensão relacional de seus modos de experimentar ou lidar com o mundo (cf. Tourinho, 2002). Portanto, quando falamos de pensamentos e sentimentos tal como são experimentados na cultura ocidental moderna (esta, na qual a Psicologia floresceu) não estamos falando de uma experiência natural ou universal. Para a configuração dessa experiência foi essencial o advento de práticas e discursos individualistas no que diz respeito às realizações afetivas, cognitivas, econômicas e espirituais. Sob essas condições é que se instituiu uma auto-imagem interiorizada e de autonomia do homem moderno (Tourinho, 1993). A Psicologia científica tem levantado sérias objeções a essa auto-imagem, em um movimento às vezes considerado de negação da própria disciplina. Mas compreender a inadequação dessa auto-imagem requer uma