soroco
Soroco, sua mãe, sua filha.
O conto inicia com a descrição de um vagão diferente, gradeado, que seria levado pelo “trem do sertão”. Sabíamos que ele levaria duas mulheres, para longe, para sempre, Soroco era um homem simples e rude, vivia com sua mãe e sua filha.
A mãe de Soroco era de idade, tinha mais de setenta anos. Filha, ele só tinha aquela. Soroco era viúvo. Fora a mãe e filha, não se conhecia dele parente nenhum. Mãe e filha eram loucas. Soroco tentou ficar com as duas ao seu lado mas ,não foi possível. Tomou a decisão mais difícil de sua existência: interná-las. O governo mandaria o trem para levá-las para, longe, para um lugar chamado Barbacena. Para o pobre, os lugares são mais longe. Soroco deveria encaminhá-las à estação, pois “o trem do sertão passava as 12 h 45 m”.
Soroco seguiu para a estação acompanhando sua mãe e sua filha, uma de cada lado, parecia entrada de igreja, num casório, mas na verdade parecia mais um enterro. Esperávamos, procurando sombras, embaixo das árvores de cedro. Não queríamos nos entristecer, conversávamos. Sempre e chegavam mais pessoas – Então, alguém avista Soroco, na Rua de Baixo, onde ele mora.
Soroco vestiu a sua melhor roupa para a despedida, e a população acompanhava com pesar. Todos diziam a ele seus respeitos, de dó. Diziam palavras que tentavam consolá-lo e ele muito humilde respondia: - Deus vos pague essa despesa. Todos compreendiam a atitude de Soroco, pois não havia outro jeito. Porém pensávamos que a partida delas seria bom para ele, visto não haver cura para a doença e também pelo fato de elas terem piorado nos últimos anos, a ponto de Soroco pedir ajuda médica para elas.
Em frente ao trem, a filha de Soroco começa a cantar uma cantiga que ninguém entende. A mãe de Soroco começa a cantar também a cantiga entoada pela moça, antes de serem alojadas dentro do trem. Principia o embarque das duas. E o canto ecoa longe. Soroco não espera o trem desaparecer de