Sonhos da alma - a linguagem da sabedoria divina
4301 palavras
18 páginas
Em todos os tempos e tradições espirituais, os sonhos são relatados como a via direta de conexão com Deus, com o mundo espiritual e com nós mesmos. Enquanto nossa mente consciente repousa, uma intensa vida psíquica e espiritual toma lugar. Várias vertentes da Religião, Psicologia e Filosofia concordam com o fato de que aquilo que conhecemos de nós mesmos e da realidade é apenas a ponta visível de um imenso iceberg, mera fração de uma porção inconsciente (ou subconsciente) muito maior, de onde provém os sonhos e nosso contato com o mundo espiritual. Este inconsciente se revela não só nas neuroses, psicoses e atos falhos estudados por Freud na psicanálise clássica, mas também na expressão artística, nas atividades intuitivas, nas sincronicidades (coincidências significativas) de nosso cotidiano, nos estados de transe, nas estruturas comuns a vários mitos e tradições religiosas (arquétipos), na mediunidade e nas experiências espirituais em geral. E é justamente através deste inconsciente que Deus mais fala conosco, uma vez que nossos contatos com o divino são, em geral, subjetivos, simbólicos e pessoais – como nossos sonhos.
Em alguns desses momentos noturnos, nossa alma sai do corpo e encontra outras consciências afins, percebendo com maior ou menor lucidez o mundo espiritual, muitas vezes trazendo a lembrança de conselhos recebidos de consciências em planos mais sutis. Segundo Kardec, “durante o sono, o espírito jamais fica inativo. Ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos. Podemos avaliar a liberdade do espírito pelos sonhos. Quando o corpo repousa, o espírito possui mais faculdades que no estado de vigília. Tem lembrança do passado e, às vezes, a previsão do futuro. Quando o homem dorme, momentaneamente se encontra no estado em que estará de maneira permanente após a morte. Deste fato deveríamos aprender, uma vez mais, a não ter medo da morte, pois ‘morremos todos os dias’.”.
Esta emancipação da alma, detalhada por Kardec