A caixa de pandora
Eu sempre achei interessante falar sobre este tema: Mitologia. Isto para mim tem uma relação estreita com outros assuntos da Psicologia Analítica, principalmente com os conceitos ligados às imagens arquetípicas. E este ponto em comum são os símbolos apesar deles em si, representarem algo extremamente vasto, pois um símbolo possui infinitos significados, diferindo de um signo, um sinal que possui apenas um. Mesmo que não reconhecemos o significado de um determinado símbolo em uma narrativa mitológica, a estória ainda nos fascina porque de alguma forma reconhecemos nela algo que está intimamente relacionado com a nossa própria estória. Ou ainda com algo que vem do fundo de nosso ser. Um mito pode tanto ser um relato do que se compreendia como sendo a história da humanidade como também a história de nossa humanidade, como indivíduos.
Em todo mito seus personagens estão intimamente interligados da mesma forma que nossos conteúdos inconscientes. O difícil mesmo é conseguirmos compreender uma pequena parte de uma estória que as vezes possui múltiplas conexões e desdobramentos. Como acontece internamente, é difícil conseguirmos separar o significado de um fato isolado de um contexto geral em nossas vidas. A estória de Pandora, "aquela que possui todos os dons" não foge a esta regra, e para que vocês possam ter uma visão mais global deste mito eu vou lhes dar um breve relato daquele momento histórico. A história de Pandora começa bem antes da própria Pandora.
Antes que o Céu e a Terra fossem criados, tudo era Um. Isso era chamado de Caos. Um grande Vazio sem forma onde potencialmente continha a semente de todas as coisas. A terra, a água e o ar eram um só. A terra não era sólida, nem a água líquida; o ar não era transparente. Mas aí os Deuses e a Natureza começaram a interferir: a terra foi separada da água e, sendo mais pesada, ficou em baixo; a água tomou os lugares mais baixos da terra e a molhou; e o ar, quando tornou-se mais puro, ficou no alto,