Sonho de Morte
“O homem livre não pensa em nada a não ser na morte; e a sua sabedoria é uma meditação não sobre a morte, mas sobre a vida”. (SPINOZA)
Há questões que sempre estarão presentes nas mais diversas culturas. Questões estas que talvez sejam impossíveis de serem respondidas com total certeza. Algumas estão presentes desde os mais remotos tempos. É o que acontece com a questão da morte. A morte sempre foi um enigma que mexe com o ser humano. O que é a morte? Como lhe dar com a morte? Devemos realmente preocupar com ela? Essas e outras perguntas estão sempre ao nosso redor. Será que a morte pode ser um objeto de aprendizagem? É o que parece ser dito por Sócrates quando se refere ao filósofo, no qual a única ocupação consistiria em preparar-se para a morte. Não apenas Sócrates, mas também outros filósofos – mesmo de outras épocas – parecem adotar essa mesma linha de pensamento. Podemos perceber que, não apenas os filósofos, mas místicos, teólogos e até mesmos psicólogos tem certa atração por esse tema. Podemos ver teorias tanto no budismo como na psicologia analítica de Jung. E até mesmo na psicologia transpessoal. Não se trata de estar sempre refletindo na morte de maneira doentia, mas da forma que, diante da sua fatalidade, possamos aceitá-la som serenidade, revendo os valores e a maneira pela qual vivemos, distinguindo o fútil do prioritário. Existem pessoas que apenas reavaliam sua forma de viver quando estão diante da morte, onde acreditam ser realmente o fim da vida, como doenças graves ou qualquer tipo de ameaças que revele de modo decisiva a fragilidade da vida. Outros preferem não pensar na morte porque a veem como destruição, ao aceitarem que nada existe depois dela. Como viveríamos a partir dessa hipótese? Alguns diriam que deveríamos viver levando em conta que a vida talvez devesse ser aproveitada de forma que aproveitaríamos o presente. A proximidade da nossa morte e da morte das pessoas que amamos leva-nos a crer em uma vida após a