A morte do sonho americano - HST
Pag 130, Reino do Medo.
A história começou em 1968, quando Random House me deu 5 mil dólares e meu editor lá me disse: "Saia e escreva sobre A Morte do Sonho Americano". Aceitei sem pensar, porque a única coisa que realmente me interessava na época era o dinheiro. E junto com os cinco paus de adiantamento vieram 7500 dólares de "despesas de serviço" - descontadas dos direitos autorais, o que significava que eu arcaria com minhas próprias despesas, mas eu estava pouco me lixando pra isso também. Era um bom negócio: a Random House tinha mais ou menos concordado em financiar minha educação. Na prática, eu poderia ir para onde quisesse, desde que conseguisse relacionar o lugar à Morte do Sonho Americano de alguma forma.
Parecia fácil, uma encheção de lingüiça total, e por muito tempo tratei a coisa desse jeito. Foi como receber um cartão de crédito que uma hora você vai pagar, mas não agora. Eu me lembro de ter pensado com Jim Silberman, o editor, era não apenas louco como também seriamente irresponsável. Por que outro motivo faria um negócio desse tipo?
Fui a alguns lugares por razões que agora não consigo nem lembrar, depois fui a Chicago, em agosto de 1968, às custas da Random House e com um conjunto de melhores e mais distintas credenciais - emitidas pelo Comitê Democrático Nacional - com o propósito de cobrir a Convencão.
Eu não tinha nenhuma razão verdadeira para ir - nem mesmo uma matéria para uma revista; queria apenas estar lá para pegar o espírito da coisa. A cidade estava tão cheia de jornalistas que me senti um turista... e o fato de eu ter credenciais mais altas que a maioria dos escritores & repórteres que conheci me deixou vagamente envergonhado. Mas nunca me ocorreu ir atrás de uma matéria - embora, se alguém tivesse pedido, eu teria feito a reportagem inteira de graça.
Agora, anos depois, ainda tenho problemas quando penso em Chicago. Aquela semana de