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Em vez de levar sua área automotiva à bolsa, os executivos do grupo Rodobens decidiram olhar para dentro do negócio. E descobriram uma porção de coisas a arrumar
O empresário paulista Waldemar Verdi Júnior, presidente do conselho de administração do grupo Rodobens, faz parte de uma geração de empresários que num curto período de tempo experimentou o melhor e o pior que o mercado de capitais pode oferecer. Em fevereiro de 2007, o Rodobens levantou 450 milhões de reais com a estreia de um de seus principais negócios na bolsa, a Rodobens Negócios Imobiliários. As ações valorizaram 30% nos três meses seguintes — uma das altas mais expressivas do setor. Então, a crise instalou-se de forma dramática. No auge do tumulto nos mercados de capitais, entre setembro e outubro de 2008, a construtora dos Verdi perdeu 70% de seu valor. Assim como aconteceu com a maioria de suas concorrentes, os papéis da Rodobens Negócios Imobiliários jamais retornaram ao nível do IPO — e hoje são negociados num patamar 27% inferior. A vida na bolsa se provou mais difícil do que a família Verdi havia previsto, e os planos de abrir o capital da área de negócios automotivos, origem do grupo e responsável por 76% do faturamento de 5 bilhões de reais em 2010, foram adiados para 2012. “Percebemos que não estávamos prontos”, diz Verdi Júnior. “A hora não era de ir ao mercado, mas de ganhar eficiência em nossos negócios.” Essa conclusão levou o grupo a iniciar seu maior processo de reestruturação, hoje em curso.
Diferentemente da empresa imobiliária, criada em 1984 e que se desenvolveu com foco exclusivo na construção de condomínios residenciais para a baixa renda, a área automotiva cresceu em torno de negócios heterogêneos. O primeiro deles surgiu na década de 60, quando o fundador do grupo, Waldemar Verdi, hoje com 93 anos de idade, abriu uma revenda de caminhões em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. De lá para cá, os negócios se