a busca filosofica da verdade
02/04/2013
A BUSCA DA VERDADE
“Deve-se exigir de mim que procure a verdade, mas não que a encontre.”
Diderot (1713 – 1784), pensamentos filosóficos.
“Não exageres o culto da verdade, não há homem que ao fim de um dia não tenha mentido com razão muitas vezes.”
Jorge Luis Borges (1899), Elogio da Sombra.
Introdução
A busca por uma Verdade universalmente válida tem sido um dos motores da história do pensamento filosófico. Muitos veem nisso, como Nietzsche (1844-1900), uma obsessão louca, desvairada e sem sentido. Outros, os relativistas, afirmam que não há Verdade, mas pequenas verdades de valor particular, sem qualquer vocação de aplicação universal.
Trata-se do mais polêmico tema filosófico e um tratamento baseado no senso comum compromete a qualidade da discussão.
Na Antiga Grécia, o problema já estava presente. Os sofistas eram filósofos, mestres em persuasão, e o mais famoso foi Protágoras (485-410 a.C.). Esses sábios pensadores eram itinerantes, ou seja, viajavam muito e tiveram, portanto, contato com povos diferentes e com concepções diversas da realidade e da verdade. Assim, chegaram à conclusão de que não havia uma verdade universal. Do outro lado, temos a posição de Sócrates, já citado na aula anterior. Sócrates jamais saíra de Atenas, hoje capital da Grécia, e não achava que precisasse viajar para adquirir sabedoria, pois esta se encontrava exatamente dentro do homem. Em Atenas, muitos jovens buscavam o filósofo na via pública para aprender. Ele interpelava transeuntes e fazia tantas perguntas que, no final, eles reconheciam a própria ignorância e, para Sócrates, é exatamente no reconhecimento da própria ignorância que começava o caminho para a sabedoria. Só sei que nada sei é uma frase que lhe foi atribuída. Nada escreveu, como Jesus, e seus ensinamentos foram registrados pelos discípulos, particularmente por Platão. Sua pedagogia foi chamada de Maiêutica, ou seja, relativo ao parto, pois, como um