sonetos de camões
Camões termina o primeiro quarteto tirando a conclusão óbvia: se há posse, deveria acabar o desejo.Pois,como desejar aquilo que já possui?
O segundo quarteto levanta uma objeção. Odesejo continua. Afinal, o “amador” não é uma pura alma, mas também um corpo.
Os dois quartetos configuram a concepção platônica do Amor. O poeta idealiza e imagina tanto a amada, que já a tem em simesmo, como ideal, que se personifica no seu sentimento amoroso e ganha realidade dentro do próprio poeta. Aquele que ama se transforma na amada, de tanto idealizá-la; logo não tem mais o que desejar,pois já tem em si mesmo a ideia do ser que deseja.
O primeiro terceto faz uma ressalva esclarecedora: por mais linda e pura que seja, não passa de uma ideia, e é próprio das ideias existirem apenasno pensamento. O corpo tem suas necessidades, que podem ser pensadas, mas pensá-las não é suficiente para satisfazê-las.
Camões não termina o poema como escravo do corpo, mas retoma o amador porinteiro, dizendo-se feito “de vivo e puro amor” que “como matéria simples busca a forma”. Não é seu corpo que é “matéria simples”, mas toda a sua pessoa,que anseia transformar-se naquilo que ama
Nestesoneto, há a comunhão amorosa de almas. Se não há ligação de almas, não há amor. Pelo pensamento, o apaixonado ("o amador") se transforma na "cousa amada", composta de corpo e espírito ("linda e purasemideia").
Camões termina o primeiro quarteto tirando a conclusão óbvia: se há posse, deveria acabar o desejo.Pois,como desejar aquilo que já possui?
O segundo quarteto levanta uma objeção. Odesejo continua. Afinal, o “amador” não é uma pura alma, mas também um corpo.
Os dois quartetos configuram a concepção platônica do Amor. O poeta idealiza e imagina tanto a amada, que já a tem em simesmo, como