sonetos de camoes
Até hoje, cerca de quatrocentos anos após a morte de Camões, ninguém sabe, com segurança, quantos sonetos foram escritos por ele. Apenas como ilustração, vejamos alguns números, em determinadas edições publicadas do século xvi ao século xix : na edição de 1595, a primeira, há 65 sonetos, com a dúvida de um deles declarada no prólogo; na edição de 1598, a segunda, aparecem 105 sonetos; na edição de 1685, a de Faria de Sousa, há 264; na edição de 1860, a do Visconde de Juromenha, há 352. A soma mais alta está em
Teófilo Braga: 380 sonetos. Após 1900, graças aos estudos de Wilhelm
Storck e Carolina Michaëlis de Vasconcelos, o número de sonetos seguiu caminho inverso, pois começou a decrescer: na edição de 1932, há 197 sonetos; na edição de Hernâni Cidade, há 204; na de Costa
Pimpão, há 166; e, por fim, para não alongar a exemplificação, A. Salgado Júnior indica o número de 211 e Jorge de Sena admite o número de 119. Decresceu o número de sonetos, com recuos e avanços nem sempre justificáveis.
No Brasil, afastando-se de todos os métodos anteriormente adoptados, Emmanuel Pereira Filho introduziu novo conceito de cânone, incluindo, no que denominou cânone básico ou mínimo, apenas,
37 sonetos. Retomando os seus estudos, tão inesperada e lamentavelmente interrompidos, com o seu falecimento, ocorrido em 31 de janeiro de 1968, cabe-nos agora acrescentar, conforme o critério que ele nos deixou, mais 13 sonetos ao cânone básico ou irredutível, com fundamento no manuscrito 12-26-8/D 199, da Real Academia de História, de Madrid, como adiante indicaremos.
Antes disso, porém, queremos fazer referência a alguns trabalhos importantes publicados após a morte de Emmanuel Pereira Filho.
Entre eles, mencionamos os de Jorge de Sena (Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular, em 1969); Roger Bismut (La Lyrique de Camões, em 1970); Maria Isabel S. Ferreira da Cruz (Novos
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LEODEGARIO A. DE AZEVEDO FILHO
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