Soja Brasil
Sergio Schlesinger
A expansão do agronegócio
As três décadas que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial foram o período áureo do desenvolvimento industrial no Brasil. Após atingir, nos anos 60 e 70, cerca de um terço do PIB, a produção industrial perdeu dinamismo, sobretudo nos anos 90, com o acelerado processo de abertura da economia.
Na entrada do século XXI, a economia brasileira parece ter voltado a depender da agropecuária para apresentar resultados expressivos de crescimento econômico, especialmente no que diz respeito à produção voltada para o mercado externo. Agropecuária, aliás, vai se tornando um termo fora de moda. Fala-se agora no agronegócio, que inclui também setores relacionados, como o de transportes, insumos, indústria e distribuição.
Segundo o Ministério da Agricultura, o agronegócio é responsável, atualmente, por 33% do PIB, 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros. Estima-se que o PIB do setor chegue a US$ 180,2 bilhões em 2004, contra US$ 165,5 bilhões alcançados em 2003. Entre 1998 e 2003, a taxa média de crescimento do PIB agropecuário foi de 4,67% ao ano. Em dez anos, o país dobrou o faturamento com as vendas externas de produtos agropecuários e teve um crescimento superior a 100% no saldo comercial.
O Brasil é hoje o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Além disso, lidera o ranking das vendas externas de soja, carne bovina, carne de frango, tabaco, couro e calçados de couro. As projeções indicam que o país também será, em pouco tempo, o principal pólo mundial de produção de algodão e biocombustíveis, feitos a partir de cana-de-açúcar e óleos vegetais. Milho, arroz, frutas frescas, cacau, castanhas, nozes, além de suínos e pescados, são também destaques no agronegócio brasileiro, que emprega atualmente 17,7 milhões de trabalhadores somente no campo.1
As exportações do setor agrícola brasileiro bateram recorde em 2003, somando 30,6 bilhões de dólares. Este