Sofismas da riqueza

SOFISMAS DA RIQUEZA As desigualdades socioeconômicas (relativas à renda e à posição social) estão aumentando de maneira sucessiva em todo o mundo, assim se anuncia um conjunto de problemas de natureza social e da ação política, serve como ponto de partida para debate sobre justiça e igualdade, economia de mercado e políticas públicas, além de valores morais e práticas culturais. A desigualdade socioeconômica leva a discutir, principalmente, as formas renovadas de exploração do trabalho e como a apropriação privada dos resultados da produção social foi intensificada nas últimas décadas. Nos leva também a questionar o discurso justificador de práticas que atentam contra o bem comum e o emprego frequente de noções tais como a meritocracia (sistema onde o mérito pessoal determina a hierarquia), racionalidade e eficiência, que buscam justificar a riqueza concentrada.
DIMENSÕES DAS DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS As décadas entre 1945 e 1975, conhecidas como os “30 anos gloriosos”, foram firmados acordos entre “capital e trabalho”, nessa experiência européia. No Terceiro Mundo (países em desenvolvimento ou subdesenvolvido), ditaduras, governos populistas e regimes democráticos aplicaram princípios Keynesianos (onde a premissa para se compreender uma economia encontrava-se na simples observação dos níveis de consumo e investimento do governo, das empresas e dos próprios consumidores) similares buscando o mesmo objetivo: a inclusão do maior número de pessoas nos mercados de trabalho e consumo. Privilegiando alguns segmentos específicos, primeiramente, trabalhadores urbanos e funcionários públicos. O triunfo das desigualdades foi título de uma coletânea dedicada à análise das transformações que ocorriam nos anos de 1980, publicada pelo renomado Le Monde Diplomatique. Um dos textos de apresentação proclamava que pela primeira vez na história, os seres humanos dispunham dos meios para fazer eliminar a fome e a ignorância: reconheciam, porém, que ambas estavam aumentando,