Sociologia
Como todo debate que envolve diferentes agentes sociais com interesses conflitantes, a globalização também produz leituras divergentes sobre seu funcionamento atual e suas possibilidades futuras. O pensamento único procura estabelecer a globalização como processo natural e benéfico na história da humanidade. A crítica a essa forma de análise pode ser dividida em duas posições, uma otimista e outra pessimista, em relação aos benefícios sociais e a outras possíveis consequências.
Para o pensamento único, a globalização é um momento de realização do sonho de reduzir o mundo a uma única aldeia global, como imaginou o teórico canadense da comunicação Marshall McLuhan em meados do século XX. Nessa aldeia, a tecnologia permitiria a difusão imediata das notícias e manteria toda a população informada, ao mesmo tempo que tornaria as viagens cada vez mais rápidas, encurtando significativamente as distâncias. Tal mobilidade permitiria o funcionamento de um gigantesco mercado global capaz de tornar homogêneos os diferentes locais do mundo e produzir, assim, uma identidade universal que serviria de fundamento para a instauração de uma verdadeira cidadania global.
Essa visão idílica da globalização é duramente criticada por especialistas na área das Ciências humanas, como o geógrafo baiano Milton Santos, que procurou desmistificar o pensamento único, em um primeiro momento, de forma bastante pessimista. Para fundamentar seu argumento, esse autor partiu de evidências sociológicas sobre a