Sociologia
Foi o eminente sociólogo francês Émile Durkheim quem primeiro descreveu o contexto social para os desvios sociais. Segundo ele, nas sociedades modernas, os indivíduos sentem-se menos pressionados a adotar um comportamento regido pelas normas sociais.Com o afrouxamento dos costumes, algumas pessoas sentem-se sem parâmetros de conduta. É como se não existissem mais valores nem regras claras. Durkheim chamou esse fenômeno de anomia e utilizou esse contexto social para realizar seu famoso estudo sobre o suicídio. Em uma ambiente de anomia, a propensão aos desvios e ao crime é maior do que em ambientes de rígido controle social.
O sociólogo americano Robert K. Merton, por sua vez, introduziu a ideia de pressão social para explicar muitos casos de desvios. De acordo com sua reflexão, nas sociedades industriais, o modelo para o sucesso na vida – ter dinheiro e prestigio – implica trabalho duro, competição, estudo, talento, esperteza e malicia. E as instituições, sobretudo a família, a escola e o mundo do trabalho, exercem enorme pressão sobre o individuo para que atinja este ideal. O que ocorre na vida real é que muitas pessoas, sobretudo devido a pobreza, não dispõem de meios para atingir esse ideal de sucesso.
A consciência dessa situação leva muitos aos desvios de comportamento, que pode seguir três direções : a) alguns pegam um atalho para ganhar dinheiro e conseguir bens, como carros, relógios, celulares: assaltam, roubam, traficam drogas, praticam extorsões, dão desfalques, desviam dinheiro público b) outros se conformam e desistem de lutar, refugiando-se no alcoolismo, nas drogas, na mendicância, na vida de rua. No Japão ocorre o fenômeno dos hakikomoris: jovens que, devido a algum fracasso, se trancam em casa por anos seguidos. c) outros ainda partem para a rebeldia. Nesse caso, as pessoas não aceitam nem o ideal de sucesso do capitalismo nem os meios para atingi-lo e passam a adotar formas de vida á margem da