sociologia
Com o surgimento do capitalismo, homens e mulheres foram paulatinamenteafastados dos meios de produção, assim como do produto por eles criado. O confinamento dos operários nas fábricas tira destes não apenas a posse dos produtos, mas ele próprio deixa de ser o centro desi mesmo. O trabalhador tem um “contrato livre” de trabalho, mas não é ele quem escolhe o seu salário, ou a extensão da jornada, nem mesmo o seu ritmo. Tudo isso passa a ser comandado de fora porforças estranhas a ele. As mercadorias convertem-se em realidades soberanas e tirânicas, assumem formas abstratas e superiores aos humanos.
É essa “humanização” da mercadoria que leva, no contraponto, a“desumanização” do homem. Não por acaso a força de trabalho humana é transformada em mercadoria, vez que passa a ter um preço no mercado. A alienação e o fetiche, portanto, não são meramente teóricos,mas se manifestam na vida real das pessoas. Mesmo que essas continuem a produzir valores e criar identidades e cultura, há uma interseção das relações sociais tendo como base o mecanismo produtor daforma mercadoria, na tentativa de “ganhar a sua alma” e embotar a sua consciência.
Conclusão
Os processos atrás descritos são amplamente utilizados pela classe dominante para escamotear a realidade ecamuflar a desigualdade.
Os problemas, de ordem histórica e social, são por nós assimilados como “coisas naturais”. Há todo um mecanismo estrutural (o fetiche da mercadoria) e também subjetivo (apropaganda ideológica) que tenta impedir a nossa tomada de consciência dos conflitos e contradições da sociedade. Ao fazer isso, é criada, pelo contrário, a predisposição ao