No documentário “A negação do Brasil” é retratada a discriminação e consequentemente a exclusão dos negros da teledramaturgia brasileira direcionada ao horário nobre. Mesmo tendo participação nas tramas, os negros na grande maioria das vezes, sempre tiveram sua imagem modificada com relação a sua personalidade individual e coletiva. De uns anos para cá, é menos raro, um negro interpretar o papel de um magnata rico ou um estereótipo do gênero, ou seja, generalizações que as pessoas fazem sobre o comportamento, características, cultura... de um grupo ou indivíduo, onde o mesmo apresenta um modo de vida considerado padrão para a sociedade. Nas novelas brasileiras o negro é sempre representado por um indolente, que passa uma imagem de relaxado, irresponsável e até de marginal perante alguma situação, o que acaba fundamentando características negativas para o seu caráter. Joel Zito de Araújo conta como essa abstração surgiu e desestrutura a fim de que trace uma linha do tempo visada na formação dessa abstração dos negros na teledramaturgia brasileira. Apesar de o Brasil ser um país miscigenado, ainda há a presença de um preconceito racial gerado pela exclusão social das populações negras do país. Onde um país nega sua própria realidade e através da TV deixa isso transparecer. O documentário mostra que mesmo nos dias atuais, os negros “continuam vivendo as mesmas compulsões desagregadoras de uma auto imagem depreciativa, gerada por uma identidade racial negativa e reforçada pela indústria cultural brasileira, a qual insiste simbolicamente no ideal de branqueamento”. Onde se introduz a ideologia do branqueamento, no qual o modelo branco de beleza, considerado padrão, pauta o comportamento e a atitude de muitos negros assimilados. Na telenovela Corpo a Corpo, Zezé Motta interpreta uma paisagista, onde foi discutida a questão racial, ascensão da mulher e a discriminação racial. “Durante as gravações da novela foram feitas pesquisas com relação ao