SOCIOLOGIA
Flávio Schmitt é doutor em Ciências da Religião pela UMESP, professor na Faculdade EST em São Leopoldo/RS. Neste artigo ele investiga questões de interpretação da Bíblia e apresenta a contribuição de Lutero à interpretação, bem como discute critérios luteranos de interpretação bíblica. Na introdução deste artigo, Schmitt afirma que para se falar de interpretação Bíblica numa perspactiva Luterana, se faz necessário: conhecer Martin Lutero e seu esforço por reivindicar uma igreja comprometida com o Evangelho; falar do Movimento da Reforma a partir dos principais reformadores além de Lutero, Calvino e Zwinglio; discorrer o contexto eclesial, econômico e político que marca o tempo dos reformadores; falar da Europa no tempo dos reformadores protestantes, seria importante falar da Idade Média como um todo, suas sombras e filetes de luz; e para falar deste período da Idade Média, seria importante falar do papel desempenhado pelos descobrimentos na vida e cosmovisão europeia daquele tempo. Em fim, para compreender as razões e motivações que envolvem questões de doutrina e interpretação da Bíblia neste período da história seria necessário contextualizar e é isso que o autor faz ao discorrer neste artigo. A ênfase nas palavras do autor é situar a interpretação luterana da Bíblia no contexto da formação acadêmica situada entre a Escolástica e a Renascença, mais precisamente na formação monástica agostiniana, e seu reflexo nas questões de fé pessoais e eclesiais protagonizada por Martin Lutero.
Primeiro a formação Agostiniana que compreende os séculos XV e XVI onde os conventos de orientação agostiniana eram centros vitais de espiritualidade e cuidavam para não galgar graus acadêmicos. Havia uma verdadeira aversão aos estudos humanistas. A gramática compreendia basicamente o estudo de autores clássicos. Além de não ter professores de