sociologia
SOCIOLOGIA DO LAZER
HISTÓRICO
Desde o nascimento da sociedade industrial, os pensadores sociais do século XIX previram a importância do lazer, ou antes, do tempo liberado, pela redução do trabalho industrial. Entretanto, após um século e meio, os sociólogos ainda não conseguiram entender-se, nem sobre a dinâmica, nem sobre as propriedades específicas do fenômeno “lazer”, nem sobre suas principais implicações. Em certos textos, Karl Marx considera o trabalho em si como a necessidade primeira do homem. Ele especifica, que somente a apropriação coletiva da máquina possibilitará a conquista de um tempo livre, “espaço do desenvolvimento humano”, que findará por humanizar o trabalho. Muitos outros autores atribuíram a mesma importância à conquista do lazer pelo progresso técnico e pela emancipação social. Todos associaram o desenvolvimento do lazer ao progresso da cultura intelectual dos trabalhadores e ao aumento de sua participação nos negócios da cidade.
“Graças aos lazeres e aos meios postos ao alcance de todos, a redução ao mínimo do trabalho social necessário favorecerá o desenvolvimento artístico, científico de cada um”, Karl Marx.
A realidade do lazer no século XX, tal como os sociólogos a observaram nas sociedades industriais dominadas pela empresa privada ou coletiva, revelou-se mais complexa, mais ambígua. É na Europa que um militante socialista, P. Lafargue escreve o primeiro panfleto a favor do lazer dos operários, contra a mística do trabalho (1883), mas é nos Estados Unidos que foi fundada a sociologia do lazer. O Livro o Lazer dos Trabalhadores de T. Veblen traz a luz, sobretudo as despesas ostentatórias às quais a busca do prestígio arrasta as classes dirigentes. É preciso esperar os anos 1920-1930 para ver, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, os primeiros estudos da sociologia empírica do lazer propriamente dita. A instauração da jornada de