Sociologia Resenha
O curta-metragem e documentário Ilha das Flores foi produzido em 1989, tem direção de Jorge Furtado, foi muito premiado no cinema e trouxe à tona diversas questões sociais para discussão. Dentre os temas abordados destaca-se o mundo capitalista ao qual pertencemos, as desigualdades sociais que nos cercam e como nós, humanos, “seres desenvolvidos” e dotados de capacidades superiores aos outros animais, ainda lutamos por sobrevivência de formas tão distintas.
“Ilha das Flores” expressa através de uma abordagem inteligente e munida de dados científicos, a contradição em que se encontra a sociedade de consumo, pois, embora constituída de seres racionais, tem como produto final a desigualdade. No curta-metragem é evidenciada a triste situação da população que, na busca por alimentos, são postos em menor prioridade em relação aos porcos. Contudo, antes de focar neste tema, o documentário faz toda uma trajetória que vai desde o cultivo de tomates até à circunstância em que parte destes vão parar na Ilha das Flores, por terem sido considerados impróprios ao consumo.
Ao decorrer do filme, salienta-se diversas vezes o fato científico de os seres humanos serem munidos de telencéfalo altamente desenvolvido e polegares opositores, para abrir ou fechar uma ideia. Isto acontece, propositalmente, com o intuito de mostrar, no desfecho, quão irônica a sociedade de consumo pode ser, já que, mesmo sendo pertencente a seres “avantajados” evolutivamente, permite com que exista tal descaso.
A concepção de progresso é o utensílio utilizado pelo filme para estabelecer propositalmente uma relação contraposta na sociedade capitalista. A criatividade e o decorrente progresso são conjugados com os diversos aspectos que circundam os modos de vida em sociedade.
A pobreza sempre existiu e a história comprova isso, e há parâmetros que acreditam que ela sempre existirá. Opondo-se os antigos conceitos que tinham como “natural” a causa da pobreza, ou