As grandes cidades dos países em desenvolvimento apresentam, em geral, condições inadequadas de deslocamento de pessoas e mercadorias. Somadas às precariedades dos transportes públicos coletivos e aos elevados índices de acidentes de trânsito, têm sido agravados os problemas referentes a congestionamentos, poluição e queda na qualidade de vida urbana, fatores que impactam negativamente a vida das pessoas e as diversas atividades sociais e econômicas, indispensáveis à manutenção da dinâmica urbana. Tendo em conta que na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a exemplo de diversas outras metrópoles brasileiras, verifica-se a reprodução de precariedades na provisão de acessibilidade, comprometendo os processos inclusão social e desenvolvimento, o que reflete a (in)capacidade de intervenção do Poder Público frente ao processo de urbanização, a tese defendida é a de que, na RMBH, as variações na renda dos habitantes e os processos de (re)organização espacial, principalmente no tocante à difusão espacial de empregos, interferiram de modo mais efetivo nas condições de acessibilidade urbana do que políticas públicas de transporte que tenham sido adotadas nos últimos anos. O presente trabalho tem por objetivo investigar e comparar as condições de acessibilidade ao local de trabalho nos 34 municípios compontente da RMBH, utilizando-se dos dados das Pesquisas Domiciliares de Origem e Destino (OD) de 1992 e 2001, as quais fornecem informações diversas para cada um dos municípios em análise, como por exemplo, aspectos socioeconômicos e demográficos relativos ao indivíduo e ao domicílio de moradia, o tempo gasto entre a moradia e o local de trabalho, o modode transporte utilizado, entre outros. Tais informações permitem verificar o peso da renda e dos padrões de uso e ocupação do solo na evolução das condições de acessibilidade da população metropolitana no período 1992/2001. Uma análise mais detida dos resultados mostrará a necessidade de intensificar o processo de