Sociocognitivismo
Neste texto, as autoras discutem a trajetória que levou as ciências cognitivas clássicas a chegarem a modelos sociocognitivistas de apreensão dos processos mentais. Nesse sentido, pretende-se mostrar como a cognição humana é um processo situado e que se constitui na interação social e, desse modo, também com estreita relação com a linguagem.
Os modelos cognitivistas de compreensão da linguagem ganharam bastante visibilidade na Lingüística especialmente com o advento da Gramática Gerativa de Chomsky. Nessa ruptura, o lingüista norte-americano questiona firmemente os princípios básicos do programa estruturalista de pesquisa lingüística encabeçado por Bloomfield e que tinha como fundo epistemológico o behaviorismo. De um ponto de vista mais amplo, as ciências cognitivas surgiram – como o gerativismo – na década de 1950 como uma reação ao dominante behaviorismo que tratava a mente e tudo que se relacionava à cognição como inacessíveis ao saber científico.
De um modo geral, o que caracterizou as ciências cognitivas clássicas foi: a) a separação radical entre corpo e mente, b) separação entre processos internos e externos; c) e a tese da representação mental do mundo baseada em símbolos.
Havia, pode-se dizer, para os estudiosos da cognição daquela época uma divisão bem clara entre mente e corpo. Essas duas entidades seriam substâncias distintas que não se reduzem uma a outra de modo que a mente apresenta-se como fonte segura de conhecimento que é alimentada por informações não tão seguras oriundas da experiência e da percepção. Assim, valorizam-se os processos